domingo, 21 de novembro de 2010

Bom início de semana!!!

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"Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas...Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, pois cada pessoa é única, e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito; mas não há os que não levam nada. Há os que deixam muito; mas não há os que não deixam nada. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente que duas almas não se encontram ao acaso."

O Pequeno Príncipe
Antoine de Saint- Exupéry

domingo, 14 de novembro de 2010

Pequeno Príncipe - Grandes Ensinamentos

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Dizem que o livro "O Pequeno Príncipe" é uma leitura para crianças. Mas quem já o leu, sabe que é um livro para se ler desde criança, nas diversas etapas da vida.

Escrito há várias décadas, "O Pequeno Príncipe" nos conta uma história atualizada para qualquer época da vida e nos faz ter alguma identificação a cada vez que o relemos.

Certo dia um amigo me perguntou qual a parte do livro que eu mais havia gostado, e quando respondi que o momento em que ele desaparece é o que mais me emociona, então ele me disse:

- Talvez você sinta assim por medo de perder as pessoas que ama... eu já li algumas vezes e a cada leitura, me vi em um personagem diferente: às vezes como a raposa que precisa ser cativada, outras vezes como o rei, importante, mas solitário, ainda outras como o empresário sem tempo pra nada e ninguém...

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Fiquei pensando nas palavras do meu amigo e nos ensinamentos que este livro nos traz. "O Pequeno Príncipe" é uma leitura não só para crianças, mas também para a criança que mora dentro de cada adulto.

Escolhi uma parte do livro para postar. O relato da chegada do Pequeno Príncipe ao quinto planeta, do seu passeio pelo universo. Espero que gostem e que reflitam sobre a mensagem!

Capítulo XIV


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"O quinto planeta era muito curioso. Era o menor de todos. Tinha o espaço suficiente para um lampião e para um acendedor de lampiões... O Pequeno Príncipe não conseguia entender para que serviriam, no céu, num planeta sem casa e sem gente, um lampião e o acendedor de lampiões. No entanto, disse consigo mesmo :

'Talvez esse homem seja mesmo um tolo. No entanto, é menos tolo que o rei, que o vaidoso, que o empresário, que o beberrão. Seu trabalho ao menos tem um sentido. Quando acende o lampião, é como se fizesse nascer mais uma estrela, ou uma flor. Quando o apaga, porém, faz adormecer a estrela ou a flor. É um belo trabalho. E, sendo belo, tem sua utilidade.'

Quando alcançou o planeta, saudou educadamente o acendedor:

- Bom dia. Por que acabas de apagar teu lampião ?

- É o regulamento, respondeu o acendedor. Bom dia.

- Qual é o regulamento?

- É apagar meu lampião. Boa noite.

E tornou a acender. 

- Mas por que acabas de acendê-lo de novo?

- É o regulamento, respondeu o acendedor.

- Eu não compreendo, disse o príncipe.

- Não é para compreender, disse o acendedor. Regulamento é regulamento. Bom dia.

E apagou o lampião.

Em seguida enxugou a testa num lenço xadrez vermelho.

- Eu executo uma tarefa terrível. No ano passado, era mais sensato. Apagava de manhã e acendia à noite. Tinha o resto do dia para descansar e o resto da noite para dormir...

- E depois mudou o regulamento?

- O regulamento não mudou, disse o acendedor. Aí é que está o problema! O planeta a cada ano gira mais depressa, e o regulamento não muda!

- E então? Perguntou o principezinho.

- Agora, que ele dá uma volta por minuto, não tenho mais um segundo de repouso. Acendo e apago uma vez por minuto!

- Ah! Que engraçado! Os dias aqui duram um minuto!

- Não é nada engraçado, disse o acendedor. Já faz um mês que estamos conversando.

- Um mês?

- Sim. Trinta minutos. Trinta dias. Boa noite.

E acendeu o lampião.

O pequeno príncipe respeitou-o, e gostou daquele acendedor tão fiel ao regulamento. Lembrou-se das vezes em que ele mesmo provocara o pôr do sol, apenas recuando sua cadeira. Quis ajudar seu amigo.

- Sabes? Conheço uma maneira de descansares quando quiseres...

- Eu sempre quero descansar, disse o acendedor.

Pois a gente pode ser, ao mesmo tempo, fiel e preguiçoso.

E o principezinho prosseguiu:

- Teu planeta é tão pequeno que podes, com três passos, contorná-lo. Basta andares lentamente, de modo a ficares sempre ao sol. Quando desejares descansar, tu caminharás... e o dia durará o tempo que quiseres.

- Isso não adianta muito, disse o acendedor. O que eu gosto mais na vida é de dormir.

- Então não há solução, disse o príncipe.

- Não há solução, disse o acendedor. Bom dia.

E apagou o lampião.

'Esse aí', pensou o principezinho, ao prosseguir a viagem para mais longe, 'esse aí seria desprezado por todos os outros, o rei, o vaidoso, o beberrão, o empresário. No entanto, é o único que não me parece ridículo. Talvez porque é o único que se ocupa de outra coisa que não seja ele próprio.'

Suspirou lamentando e completou:

'Era o único com quem eu poderia ter feito amizade. Mas seu planeta é mesmo pequeno demais. Não há lugar para dois.'

O que o pequeno príncipe não ousava admitir é que lamentava partir daquele planeta abençoado com mil quatrocentos e quarenta pores de sol a cada vinte e quatro horas!!!"

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