quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O tempo


Foto: internet

O tempo urge

e com isso surge

um novo caminho,

nele nunca desista

simplesmente persista,

mostre que é capaz

e não olhe para trás,

somente sinta saudades,

sei que isso dói

mas não destrói.

Dê tempo ao tempo

desde que não o perca.

Quem sabe este é o tempo

de amar alguém

como se não houvesse depois.
 
Fábio Zündler
 
Conheça o blog do autor: http://insanoscaminhos.blogspot.com/

domingo, 21 de novembro de 2010

Bom início de semana!!!

Imagem: internet

"Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas...Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, pois cada pessoa é única, e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito; mas não há os que não levam nada. Há os que deixam muito; mas não há os que não deixam nada. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente que duas almas não se encontram ao acaso."

O Pequeno Príncipe
Antoine de Saint- Exupéry

domingo, 14 de novembro de 2010

Pequeno Príncipe - Grandes Ensinamentos

Imagem: internet

Dizem que o livro "O Pequeno Príncipe" é uma leitura para crianças. Mas quem já o leu, sabe que é um livro para se ler desde criança, nas diversas etapas da vida.

Escrito há várias décadas, "O Pequeno Príncipe" nos conta uma história atualizada para qualquer época da vida e nos faz ter alguma identificação a cada vez que o relemos.

Certo dia um amigo me perguntou qual a parte do livro que eu mais havia gostado, e quando respondi que o momento em que ele desaparece é o que mais me emociona, então ele me disse:

- Talvez você sinta assim por medo de perder as pessoas que ama... eu já li algumas vezes e a cada leitura, me vi em um personagem diferente: às vezes como a raposa que precisa ser cativada, outras vezes como o rei, importante, mas solitário, ainda outras como o empresário sem tempo pra nada e ninguém...

Imagem: internet

Fiquei pensando nas palavras do meu amigo e nos ensinamentos que este livro nos traz. "O Pequeno Príncipe" é uma leitura não só para crianças, mas também para a criança que mora dentro de cada adulto.

Escolhi uma parte do livro para postar. O relato da chegada do Pequeno Príncipe ao quinto planeta, do seu passeio pelo universo. Espero que gostem e que reflitam sobre a mensagem!

Capítulo XIV


Imagem: internet

"O quinto planeta era muito curioso. Era o menor de todos. Tinha o espaço suficiente para um lampião e para um acendedor de lampiões... O Pequeno Príncipe não conseguia entender para que serviriam, no céu, num planeta sem casa e sem gente, um lampião e o acendedor de lampiões. No entanto, disse consigo mesmo :

'Talvez esse homem seja mesmo um tolo. No entanto, é menos tolo que o rei, que o vaidoso, que o empresário, que o beberrão. Seu trabalho ao menos tem um sentido. Quando acende o lampião, é como se fizesse nascer mais uma estrela, ou uma flor. Quando o apaga, porém, faz adormecer a estrela ou a flor. É um belo trabalho. E, sendo belo, tem sua utilidade.'

Quando alcançou o planeta, saudou educadamente o acendedor:

- Bom dia. Por que acabas de apagar teu lampião ?

- É o regulamento, respondeu o acendedor. Bom dia.

- Qual é o regulamento?

- É apagar meu lampião. Boa noite.

E tornou a acender. 

- Mas por que acabas de acendê-lo de novo?

- É o regulamento, respondeu o acendedor.

- Eu não compreendo, disse o príncipe.

- Não é para compreender, disse o acendedor. Regulamento é regulamento. Bom dia.

E apagou o lampião.

Em seguida enxugou a testa num lenço xadrez vermelho.

- Eu executo uma tarefa terrível. No ano passado, era mais sensato. Apagava de manhã e acendia à noite. Tinha o resto do dia para descansar e o resto da noite para dormir...

- E depois mudou o regulamento?

- O regulamento não mudou, disse o acendedor. Aí é que está o problema! O planeta a cada ano gira mais depressa, e o regulamento não muda!

- E então? Perguntou o principezinho.

- Agora, que ele dá uma volta por minuto, não tenho mais um segundo de repouso. Acendo e apago uma vez por minuto!

- Ah! Que engraçado! Os dias aqui duram um minuto!

- Não é nada engraçado, disse o acendedor. Já faz um mês que estamos conversando.

- Um mês?

- Sim. Trinta minutos. Trinta dias. Boa noite.

E acendeu o lampião.

O pequeno príncipe respeitou-o, e gostou daquele acendedor tão fiel ao regulamento. Lembrou-se das vezes em que ele mesmo provocara o pôr do sol, apenas recuando sua cadeira. Quis ajudar seu amigo.

- Sabes? Conheço uma maneira de descansares quando quiseres...

- Eu sempre quero descansar, disse o acendedor.

Pois a gente pode ser, ao mesmo tempo, fiel e preguiçoso.

E o principezinho prosseguiu:

- Teu planeta é tão pequeno que podes, com três passos, contorná-lo. Basta andares lentamente, de modo a ficares sempre ao sol. Quando desejares descansar, tu caminharás... e o dia durará o tempo que quiseres.

- Isso não adianta muito, disse o acendedor. O que eu gosto mais na vida é de dormir.

- Então não há solução, disse o príncipe.

- Não há solução, disse o acendedor. Bom dia.

E apagou o lampião.

'Esse aí', pensou o principezinho, ao prosseguir a viagem para mais longe, 'esse aí seria desprezado por todos os outros, o rei, o vaidoso, o beberrão, o empresário. No entanto, é o único que não me parece ridículo. Talvez porque é o único que se ocupa de outra coisa que não seja ele próprio.'

Suspirou lamentando e completou:

'Era o único com quem eu poderia ter feito amizade. Mas seu planeta é mesmo pequeno demais. Não há lugar para dois.'

O que o pequeno príncipe não ousava admitir é que lamentava partir daquele planeta abençoado com mil quatrocentos e quarenta pores de sol a cada vinte e quatro horas!!!"

Imagem: internet

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Nunca mais!

Imagem: internet

Ó castos sonhos meus! Ó mágicas visões!
Quimeras cor de sol de fúlgidos lampejos!
Dolentes devaneios! Cetíneas ilusões!
Bocas que foram minhas florescendo beijos!

Vinde beijar-me à fronte ao menos um instante,
Que eu sinta esse calor, esse perfume terno;
Vais a chorar à porta onde outrora o Dante
Deixou toda a esp'rança ao penetrar o inferno!

Vinde sorrir-me ainda! Hei de morrer contente
Cantando uma canção alegremente, doidamente,
À luz desse sorriso, ó fugitivos ais!

Vinde beijar-me a boca ungir-me de saudade
Ó sonhos cor de sol da minha mocidade!
Cala-te lá destino!...
"Ó Nunca, nunca mais!..."

Florbela Espanca
08/07/1916

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

RABISCOS


Imagem: internet

Perdido,

Como estrela Dalva

Em céu de manhã

Rabisco

Montanhas de pensamentos

Viajo triste no tempo

O mundo não me lê,

Sou todo engano

(abrãao vitoriano)


Vitória-régia a deslizar

Assim me faço,

Navego sem rumo

Sem pressa

Declaradamente bela,

Me segue...

Então vibro,

Sobrevivo...

Sob a luz do luar

Liza Leal


M a r a v i l h o s o !!! Não deixem de conhecer!!!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Diário de uma paixão- Wherever you will go-The Calling

Para quem não viu, um pouco de um dos filmes mais bonitos que já assisti.

sábado, 3 de julho de 2010

HÁ MOMENTOS

Imagem: internet

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

Clarice Lispector

domingo, 27 de junho de 2010

Comédias (românticas) da vida privada

Imagem: internet

De: “emerson rosa” edilimarosa@nãovemaocaso.com
Para: “robson ribeiro” robsonsky@yahoo.com.br

Nego, o que aconteceu foi o seguinte: quando eu tinha uns oito anos de idade, era muito apaixonado por uma menina da escola – o nome dela era Tatiana. Nossa, como eu achava aquela garota bonita! Acho que fui apaixonado por ela até a quinta série, sei lá. E todo mundo da escola sabia que eu era apaixonado por ela kkkkkkkkkk.

E quem eu encontrei ontem? Exato. Eu estava ensaiando o coral no Ponto de Cultura quando uma mulher muito linda veio em minha direção (até olhei pra trás pra ver se tinha mais alguém, não era possível que uma mulher como aquela estivesse vindo falar comigo!).

Então ela disse: “oi professor, tudo bem?”. Respondi, meio sem graça e com o coração quase na boca: “tudo”. A moça se apresentou: “eu sou professora de desenho aqui no Ponto de Cultura. Sempre que você acaba o ensaio do coral eu te procuro, mas você já está dentro do carro indo embora, sempre numa correria danada! Nunca tenho a chance de perguntar, então resolvi interromper o ensaio…”

“Perguntar o quê?” perguntei eu, de forma um tanto afoita (pra que tanto rodeio? É claro que eu aceito me casar com você! – pensei). Ela disse: “você estudou na escola Conselheiro, com a professora Marinalva, nas segunda e terceira séries, não?”. Já sem muita pasciência pra’quele papo furado que sempre precede os finalmentes no primeiro encontro dos casais, respondi: “estudei sim. MAS QUAL É O SEU NOME?”

“Tatiana, você lembra de mim?”

Não – pensei. “Mas é claro!” – respondi. Homem não presta. Nego, ela mudou muito! Mas depois de algum tempo eu lembrei daqueles olhos lindos…Então falei, com um sorriso enorme no rosto (o mesmo que deve ter uma pessoa, incrédula, ao ganhar na mega-sena): “nossa, que legal!”. Então ela me deu um abraço super apertado – apertado demais pra que eu pudesse me controlar. Ou melhor, “controlá-lo”.

Ela perguntou: “você era super apaixonado por mim, lembra?”. Até então eu não lembrava de nada, mas não seria de se estranhar, eu sempre tive bom gosto pra mulher. E sou muito exigente, você sabe. Eu vou casar com uma mulher linda, mesmo que ela esteja de olho só no meu dinheiro! E se for preciso, eu vou investir uma grana nela, pra ficar com tudo em cima! Não vou ter miserê com isso não kkkkkkkkkk.

“Lembra daquela caixa de bombom que você ganhou da tua mãe e me deu no dia seguinte? E de quando você me protegia nas aulas de educação física, pra que eu não levasse boladas?” ela perguntou. “Não…” eu respondi. “Mas eu me lembro de tudo que você fazia por mim na escola! Guardo essas lembranças até hoje, com muito carinho…”. Nego, quando ela me disse essas coisas, um filme passou na minha cabeça, e eu comecei a lembrar daquela época, e do quanto eu gostava dessa menina!

Finalmente nós trocamos telefone (eu já estava suando frio, as mãos e a testa salpicadas de gotinhas) e combinamos um encontro.

Ela disse: “quando você puder, me liga! Vai ser ótimo te ver fora do Ponto de Cultura, com bastante tempo pra gente conversar…”

Respondi: “Mas é claro! Quando você pode?”

Ela: “bom, nesse final de semana eu estou livre…”

Eu: “ótimo!! O que você quer fazer?”

Ela: “bom, seria legal se você pudesse ir lá em casa…” – comecei a flutuar – “…pra conhecer meu marido e meus filhos…” – e tomei o tombo mais espetacular da minha vida! Dá pra acreditar? Kkkkkkkkkkk.

Robson Ribeiro

Texto extraído do blog: http://robrobinho.wordpress.com/

sábado, 19 de junho de 2010

Homenagem a José Saramago

Foto/fonte: internet

Intimidade 
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"


No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,

Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,

No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.


Foto/fonte: internet

Apaixonado pela vida, pela esposa e pelos livros... assim era José de Sousa Saramago, escritor, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta!

Nasceu em 1922, em berço muito humilde em Azinhaga, Portugal. Seus pais não sabiam ler nem escrever.

Desde muito cedo despertou o gosto pelos estudos e pela leitura, mas a pouca condição financeira o impediu de cursar uma universidade. Acabou formando-se em uma escola técnica.

Fascinado pela leitura e pelos livros, Saramago visitava frequentemente a Biblioteca Municipal Central - Palácio Galveias na capital portuguesa.

Autodidata, escreveu várias obras e foi conhecido pelo seu estilo único de utilizar frases compridas, com pontuação fora do convencional.

Foi premiado com o Prêmio Camões (1995) - distinção máxima oferecida aos escritores de língua portuguesa e o Nobel de Literatura (1998) - o primeiro concedido a um escritor de língua portuguesa.

Se dizia ateu, embora algumas de suas obras tenham um "quê" de religiosidade e crença.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Imagem/fonte: internet

 Há sempre algo entre o plano e os fatos
Algo que aludo a um lance de dados
Plano que conforta ao lato...
Fatos que confrontam o ávido.

Lance que permeia o falso
Dados que destroçam os lábios...
Lábios que anseiam o beijo
Beijo que evocam os laicos.

Laicos cacafônicos & lascivos
Embebidos em áurea linguagem...
Trâmitos inocentes de um roto horizonte
Horizonte corroído – pela imanência dos fatos.


Este belo poema foi extraído do blog de Jacson Faller: http://outonomorto.blogspot.com/

domingo, 6 de junho de 2010

Solidão


"Minha força está na solidão.
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."

Clarice Lispector

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Solidão

Imagem: internet

O que é a solidão?

É uma condição? Um sentimento? Uma emoção? Ou apenas uma denominação?

Eu ainda não consegui definir, mas sei que a solidão dói, e ver a solidão do outro dói ainda mais.

E como toda dor que se preze, a solidão também inspira, então vira arte, vira obra de poeta, vira escrita...

Vamos conhecer alguns destes textos e conversarmos um pouco sobre nossas solidões?

Quem nunca sentiu solidão em algum momento da vida?

Tem um texto de Chico Buarque que diz assim:

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer

sexo…

Isto é carência!

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar…

Isto é saudade!

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos…

Isto é equilíbrio!

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente…

Isto é um princípio da natureza!

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado…

Isto é circunstância!

Solidão é muito mais do que isto…

SOLIDÃO é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela

nossa alma.


E pra você: O que é solidão?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

FRESTA


Imagem: Internet

Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,

Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longíquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado

Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.

Fernando Pessoa

Fernando António Nogueira Pessoa, nasceu em Lisboa em 13 de junho de 1888 era tímido e cheio de imaginação.   Era um rapaz solitário, de pouca vida social e amorosa, mas um estudioso dedicado e brilhante. Morreu aos 47 anos, vítima de cirrose hepática. Escritor e poeta, foi um dos maiores poetas da Literatura Universal, comparado muitas vezes com Luís de Camões.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vivendo-me


Não sei ao certo em que situação meu amigo Rimene usou pela primeira vez a expressão “Aline vive-se!” Nem sei se ele chegou a repeti-la. Também não tenho certeza se ele estava fazendo um elogio, mas, como é bem do meu feitio lenir, o fato é que a locução colou e, hoje, virou sinônimo de uma outra frase (que eu amo!) muita usada pelos belgas: Fais-toi plaisir (faça prazer a você mesmo). Me lambuzo com isso!

Que os apressados não pensem que, por isso, eu passo em lojas de relógios caros ou roupas deslumbrantes, saco o cartão de crédito e compro o que vejo pela frente, apesar do meu saldo digno de jornalista. Não saio por aí fazendo o que me dá na telha, como uma adolescente que se acha imortal, assim como não faz meu estilo beber até cair ou coisas do gênero.

"Vivo-me" quando presto atenção em mim mesma e identifico o que me faz feliz. Ou sei que uma atitude vai respeitar os desejos do meu coração, apesar do que está marcado na agenda. Não tem nada a ver com preguiça, pois, em muitos casos, "viver-me" significa passar horas cozinhando para quatro ou cinco amigos – mesmo sabendo que é bem mais confortável combinar de encontrá-los num bar ou restaurante. "Vivo-me" no tempo em que me permito, me enxergo (e aos meus) como merecedores das coisas que considero boas.

"Viver-se" é gostar de sua própria companhia numa sexta à noite que não promete muito mais que um bom vinho, uma pizza light de supermercado ou um filme por acaso na tevê. Eu "vivo-me" quando me sou licença para dizer não a um monte de coisas no fim de semana só para ficar em casa. Ou o contrário. "Vivo-me" ao tomar um chá prestando atenção nele, no aroma, no gosto, na temperatura da caneca que aquece minhas mãos.

Sei que parece simples. Mas estou convencida de que há muita gente que não se faz prazer para dar prazer aos outros. Estou igualmente certa que isso não é altruísmo. Muitas vezes esse comportamento é, simplesmente, insegurança. Medo de desagradar. Talvez seja só uma desculpa pra reforçar minha tese, mas prefiro acreditar que se você está bem, a qualidade do que passa de você mesmo aos outros é melhor.

Quero, com isso, dizer apenas que é simples ter bons momentos e que o pouco basta, desde que saibamos curtir e valorizar os instantes que nos fazem bem. Clarice Lispector já havia dito que simplicidade dá muito trabalho. Estou de acordo. É uma atividade árdua, mas, uma vez lá, pode significar felicidade.

Texto/fonte: este texto maravilhoso é da jornalista Aline Leonardo de Goiânia/GO, extraído do seu blog http://canecadanina.blogspot.com/

domingo, 11 de abril de 2010

Soneto do Amor Total


Amo-te tanto, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de amar assim muito amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes

domingo, 21 de março de 2010


"Quem não compreende um olhar,

tampouco compreenderá uma longa explicação."

Mário Quintana

segunda-feira, 15 de março de 2010

ORAÇÃO DE JOELHOS


Bendita seja a mãe que te gerou!
Bendito o leite que te fez crescer!
Bendito o berço aonde te embalou
A tua ama pra te adormecer!

Bendito seja o brilho do luar
Da noite em que nasceste tão suave,
Que deu essa candura ao teu olhar
E à tua voz esse gorjeio d'ave!

Benditos sejam todos que te amarem!
Os que em volta de ti ajoelharem
Numa grande paixão, fervente, louca!

E se mais que eu, um dia te quiser
Alguém, bendita seja essa mulher!
Bendito seja o beijo dessa boca!

Florbela Espanca

segunda-feira, 8 de março de 2010

Aos que não casaram,

Aos que vão casar,

Aos que acabaram de casar,

Aos que pensam em se separar,

Aos que acabaram de se separar.

Aos que pensam em voltar...

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.

O AMOR É ÚNICO, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue,

A SEDUÇÃO tem que ser ininterrupta...

Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia SER ETERNA.

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas.

Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, RESPEITO.

Agressões zero.

Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura, para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver BOM HUMOR para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.

Tem que saber levar. Amar só é pouco.

Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar.

Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.

Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem , visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um.

Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.

E que amar "solamente", não basta.

Entre homens e mulheres que acham que O AMOR É SÓ POESIA, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não são dois.

Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.

O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.
Um bom Amor aos que já têm!

Um bom encontro aos que procuram!

E felicidades a todos nós!

Artur da Távola

quarta-feira, 3 de março de 2010

Perguntei a um sábio,

a diferença que havia

entre amor e amizade,

ele me disse essa verdade...

O Amor é mais sensível,

a Amizade mais segura.

O Amor nos dá asas,

a Amizade o chão.

No Amor há mais carinho,

na Amizade compreensão.

O Amor é plantado

e com carinho cultivado,

a Amizade vem faceira,

e com troca de alegria e tristeza,

torna-se uma grande e querida

companheira.

Mas quando o Amor é sincero

ele vem com um grande amigo,

e quando a Amizade é concreta,

ela é cheia de amor e carinho.

Quando se tem um amigo

ou uma grande paixão,

ambos sentimentos coexistem

dentro do seu coração.

William Shakespeare

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Pra Você Guardei O Amor

Pra você guardei o amor

Que nunca soube dar

O amor que tive e vi sem me deixar

Sentir sem conseguir provar

Sem entregar

E repartir...

Pra você guardei o amor

Que sempre quis mostrar

O amor que vive em mim vem visitar

Sorrir, vem colorir solar

Vem esquentar

E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz

Quem entender o que ele diz

No giz do gesto o jeito pronto

Do piscar dos cílios

Que o convite do silêncio

Exibe em cada olhar


Guardei

Sem ter porque

Nem por razão

Ou coisa outra qualquer

Além de não saber como fazer

Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei

Vendo em você

E explicação

Nenhuma isso requer

Se o coração bater forte e arder

No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor

Que aprendi vendo meus pais

O amor que tive e recebi

E hoje posso dar livre e feliz

Céu cheiro e ar na cor que arco-íris

Risca ao levitar


Vou nascer de novo

Lápis, edifício, tevere, ponte

Desenhar no seu quadril

Meus lábios beijam signos feito sinos

Trilho a infância, terço o berço

Do seu lar

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.

Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.

Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.

Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.

Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.

Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.

Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.

Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.

Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.

Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.

Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.

Já tive crises de riso quando não podia.

Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.

Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.

Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.

Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.

Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.

Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.

Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.

Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".

Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.

Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.

Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.

Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.

Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.

Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.

Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!

Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!

Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.

Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.

Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:

- E daí? EU ADORO VOAR!

Clarice Lispector

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Imagem/Fonte: internet
"Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

domingo, 17 de janeiro de 2010

Em algum lugar do passado...

Não assisti ao filme, mas acabei de ler o livro "Em algum lugar do passado" de Richard Matheson e digo a vocês que não percam a oportunidade de ler essa maravilhosa história de amor entre um jovem teatrólogo do século XX e uma famosa atriz do século XIX.

Uma grande paixão que rompe as barreiras do tempo.

Encantador!

domingo, 3 de janeiro de 2010

O TEMPO PASSA? NÃO PASSA



O tempo passa? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.

O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mão e olhos, na luz.

Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.

O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.

São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer toda hora.

E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama escutou
o apelo da eternidade.

Carlos Drummond de Andrade
do livro: Amar Se Aprende Amando