domingo, 27 de junho de 2010

Comédias (românticas) da vida privada

Imagem: internet

De: “emerson rosa” edilimarosa@nãovemaocaso.com
Para: “robson ribeiro” robsonsky@yahoo.com.br

Nego, o que aconteceu foi o seguinte: quando eu tinha uns oito anos de idade, era muito apaixonado por uma menina da escola – o nome dela era Tatiana. Nossa, como eu achava aquela garota bonita! Acho que fui apaixonado por ela até a quinta série, sei lá. E todo mundo da escola sabia que eu era apaixonado por ela kkkkkkkkkk.

E quem eu encontrei ontem? Exato. Eu estava ensaiando o coral no Ponto de Cultura quando uma mulher muito linda veio em minha direção (até olhei pra trás pra ver se tinha mais alguém, não era possível que uma mulher como aquela estivesse vindo falar comigo!).

Então ela disse: “oi professor, tudo bem?”. Respondi, meio sem graça e com o coração quase na boca: “tudo”. A moça se apresentou: “eu sou professora de desenho aqui no Ponto de Cultura. Sempre que você acaba o ensaio do coral eu te procuro, mas você já está dentro do carro indo embora, sempre numa correria danada! Nunca tenho a chance de perguntar, então resolvi interromper o ensaio…”

“Perguntar o quê?” perguntei eu, de forma um tanto afoita (pra que tanto rodeio? É claro que eu aceito me casar com você! – pensei). Ela disse: “você estudou na escola Conselheiro, com a professora Marinalva, nas segunda e terceira séries, não?”. Já sem muita pasciência pra’quele papo furado que sempre precede os finalmentes no primeiro encontro dos casais, respondi: “estudei sim. MAS QUAL É O SEU NOME?”

“Tatiana, você lembra de mim?”

Não – pensei. “Mas é claro!” – respondi. Homem não presta. Nego, ela mudou muito! Mas depois de algum tempo eu lembrei daqueles olhos lindos…Então falei, com um sorriso enorme no rosto (o mesmo que deve ter uma pessoa, incrédula, ao ganhar na mega-sena): “nossa, que legal!”. Então ela me deu um abraço super apertado – apertado demais pra que eu pudesse me controlar. Ou melhor, “controlá-lo”.

Ela perguntou: “você era super apaixonado por mim, lembra?”. Até então eu não lembrava de nada, mas não seria de se estranhar, eu sempre tive bom gosto pra mulher. E sou muito exigente, você sabe. Eu vou casar com uma mulher linda, mesmo que ela esteja de olho só no meu dinheiro! E se for preciso, eu vou investir uma grana nela, pra ficar com tudo em cima! Não vou ter miserê com isso não kkkkkkkkkk.

“Lembra daquela caixa de bombom que você ganhou da tua mãe e me deu no dia seguinte? E de quando você me protegia nas aulas de educação física, pra que eu não levasse boladas?” ela perguntou. “Não…” eu respondi. “Mas eu me lembro de tudo que você fazia por mim na escola! Guardo essas lembranças até hoje, com muito carinho…”. Nego, quando ela me disse essas coisas, um filme passou na minha cabeça, e eu comecei a lembrar daquela época, e do quanto eu gostava dessa menina!

Finalmente nós trocamos telefone (eu já estava suando frio, as mãos e a testa salpicadas de gotinhas) e combinamos um encontro.

Ela disse: “quando você puder, me liga! Vai ser ótimo te ver fora do Ponto de Cultura, com bastante tempo pra gente conversar…”

Respondi: “Mas é claro! Quando você pode?”

Ela: “bom, nesse final de semana eu estou livre…”

Eu: “ótimo!! O que você quer fazer?”

Ela: “bom, seria legal se você pudesse ir lá em casa…” – comecei a flutuar – “…pra conhecer meu marido e meus filhos…” – e tomei o tombo mais espetacular da minha vida! Dá pra acreditar? Kkkkkkkkkkk.

Robson Ribeiro

Texto extraído do blog: http://robrobinho.wordpress.com/

sábado, 19 de junho de 2010

Homenagem a José Saramago

Foto/fonte: internet

Intimidade 
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"


No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,

Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,

No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.


Foto/fonte: internet

Apaixonado pela vida, pela esposa e pelos livros... assim era José de Sousa Saramago, escritor, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta!

Nasceu em 1922, em berço muito humilde em Azinhaga, Portugal. Seus pais não sabiam ler nem escrever.

Desde muito cedo despertou o gosto pelos estudos e pela leitura, mas a pouca condição financeira o impediu de cursar uma universidade. Acabou formando-se em uma escola técnica.

Fascinado pela leitura e pelos livros, Saramago visitava frequentemente a Biblioteca Municipal Central - Palácio Galveias na capital portuguesa.

Autodidata, escreveu várias obras e foi conhecido pelo seu estilo único de utilizar frases compridas, com pontuação fora do convencional.

Foi premiado com o Prêmio Camões (1995) - distinção máxima oferecida aos escritores de língua portuguesa e o Nobel de Literatura (1998) - o primeiro concedido a um escritor de língua portuguesa.

Se dizia ateu, embora algumas de suas obras tenham um "quê" de religiosidade e crença.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Imagem/fonte: internet

 Há sempre algo entre o plano e os fatos
Algo que aludo a um lance de dados
Plano que conforta ao lato...
Fatos que confrontam o ávido.

Lance que permeia o falso
Dados que destroçam os lábios...
Lábios que anseiam o beijo
Beijo que evocam os laicos.

Laicos cacafônicos & lascivos
Embebidos em áurea linguagem...
Trâmitos inocentes de um roto horizonte
Horizonte corroído – pela imanência dos fatos.


Este belo poema foi extraído do blog de Jacson Faller: http://outonomorto.blogspot.com/

domingo, 6 de junho de 2010

Solidão


"Minha força está na solidão.
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."

Clarice Lispector

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Solidão

Imagem: internet

O que é a solidão?

É uma condição? Um sentimento? Uma emoção? Ou apenas uma denominação?

Eu ainda não consegui definir, mas sei que a solidão dói, e ver a solidão do outro dói ainda mais.

E como toda dor que se preze, a solidão também inspira, então vira arte, vira obra de poeta, vira escrita...

Vamos conhecer alguns destes textos e conversarmos um pouco sobre nossas solidões?

Quem nunca sentiu solidão em algum momento da vida?

Tem um texto de Chico Buarque que diz assim:

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer

sexo…

Isto é carência!

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar…

Isto é saudade!

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos…

Isto é equilíbrio!

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente…

Isto é um princípio da natureza!

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado…

Isto é circunstância!

Solidão é muito mais do que isto…

SOLIDÃO é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela

nossa alma.


E pra você: O que é solidão?