domingo, 14 de novembro de 2010

Pequeno Príncipe - Grandes Ensinamentos

Imagem: internet

Dizem que o livro "O Pequeno Príncipe" é uma leitura para crianças. Mas quem já o leu, sabe que é um livro para se ler desde criança, nas diversas etapas da vida.

Escrito há várias décadas, "O Pequeno Príncipe" nos conta uma história atualizada para qualquer época da vida e nos faz ter alguma identificação a cada vez que o relemos.

Certo dia um amigo me perguntou qual a parte do livro que eu mais havia gostado, e quando respondi que o momento em que ele desaparece é o que mais me emociona, então ele me disse:

- Talvez você sinta assim por medo de perder as pessoas que ama... eu já li algumas vezes e a cada leitura, me vi em um personagem diferente: às vezes como a raposa que precisa ser cativada, outras vezes como o rei, importante, mas solitário, ainda outras como o empresário sem tempo pra nada e ninguém...

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Fiquei pensando nas palavras do meu amigo e nos ensinamentos que este livro nos traz. "O Pequeno Príncipe" é uma leitura não só para crianças, mas também para a criança que mora dentro de cada adulto.

Escolhi uma parte do livro para postar. O relato da chegada do Pequeno Príncipe ao quinto planeta, do seu passeio pelo universo. Espero que gostem e que reflitam sobre a mensagem!

Capítulo XIV


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"O quinto planeta era muito curioso. Era o menor de todos. Tinha o espaço suficiente para um lampião e para um acendedor de lampiões... O Pequeno Príncipe não conseguia entender para que serviriam, no céu, num planeta sem casa e sem gente, um lampião e o acendedor de lampiões. No entanto, disse consigo mesmo :

'Talvez esse homem seja mesmo um tolo. No entanto, é menos tolo que o rei, que o vaidoso, que o empresário, que o beberrão. Seu trabalho ao menos tem um sentido. Quando acende o lampião, é como se fizesse nascer mais uma estrela, ou uma flor. Quando o apaga, porém, faz adormecer a estrela ou a flor. É um belo trabalho. E, sendo belo, tem sua utilidade.'

Quando alcançou o planeta, saudou educadamente o acendedor:

- Bom dia. Por que acabas de apagar teu lampião ?

- É o regulamento, respondeu o acendedor. Bom dia.

- Qual é o regulamento?

- É apagar meu lampião. Boa noite.

E tornou a acender. 

- Mas por que acabas de acendê-lo de novo?

- É o regulamento, respondeu o acendedor.

- Eu não compreendo, disse o príncipe.

- Não é para compreender, disse o acendedor. Regulamento é regulamento. Bom dia.

E apagou o lampião.

Em seguida enxugou a testa num lenço xadrez vermelho.

- Eu executo uma tarefa terrível. No ano passado, era mais sensato. Apagava de manhã e acendia à noite. Tinha o resto do dia para descansar e o resto da noite para dormir...

- E depois mudou o regulamento?

- O regulamento não mudou, disse o acendedor. Aí é que está o problema! O planeta a cada ano gira mais depressa, e o regulamento não muda!

- E então? Perguntou o principezinho.

- Agora, que ele dá uma volta por minuto, não tenho mais um segundo de repouso. Acendo e apago uma vez por minuto!

- Ah! Que engraçado! Os dias aqui duram um minuto!

- Não é nada engraçado, disse o acendedor. Já faz um mês que estamos conversando.

- Um mês?

- Sim. Trinta minutos. Trinta dias. Boa noite.

E acendeu o lampião.

O pequeno príncipe respeitou-o, e gostou daquele acendedor tão fiel ao regulamento. Lembrou-se das vezes em que ele mesmo provocara o pôr do sol, apenas recuando sua cadeira. Quis ajudar seu amigo.

- Sabes? Conheço uma maneira de descansares quando quiseres...

- Eu sempre quero descansar, disse o acendedor.

Pois a gente pode ser, ao mesmo tempo, fiel e preguiçoso.

E o principezinho prosseguiu:

- Teu planeta é tão pequeno que podes, com três passos, contorná-lo. Basta andares lentamente, de modo a ficares sempre ao sol. Quando desejares descansar, tu caminharás... e o dia durará o tempo que quiseres.

- Isso não adianta muito, disse o acendedor. O que eu gosto mais na vida é de dormir.

- Então não há solução, disse o príncipe.

- Não há solução, disse o acendedor. Bom dia.

E apagou o lampião.

'Esse aí', pensou o principezinho, ao prosseguir a viagem para mais longe, 'esse aí seria desprezado por todos os outros, o rei, o vaidoso, o beberrão, o empresário. No entanto, é o único que não me parece ridículo. Talvez porque é o único que se ocupa de outra coisa que não seja ele próprio.'

Suspirou lamentando e completou:

'Era o único com quem eu poderia ter feito amizade. Mas seu planeta é mesmo pequeno demais. Não há lugar para dois.'

O que o pequeno príncipe não ousava admitir é que lamentava partir daquele planeta abençoado com mil quatrocentos e quarenta pores de sol a cada vinte e quatro horas!!!"

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Um comentário:

Franck disse...

Deu vontade de ir pegar meu 'Pequeno Princípe' e buscar minha passagem preferida...
Bjs e um bom feriado!