Sou coração que segue em silêncio
Nos fios do sublime pensamento
Pela ressurreição de um sorriso
Renasço nas asas do tempo
Esta Terra é degredo dos sonhos
É espelho que distorce o sentimento
É castigo no julgamento do fracasso
É fogo que se cala a todo o momento
Perde-se no tempo
Este aceso archote de magnética paixão
Muito para além da terra se repete
Esta muda melodia de eterna solidão
Cheguei a meio de um longo inverno
Não tenho no céu uma estrela guia
Uma sombra às vezes procura a luz
O Sol recolhe a claridade ao fim do dia
Na noite
Oiço as vozes dos filhos da Terra
O cantar das águas de uma lagoa
O murmúrio das pedras em suave espera
O canto das flores solto no espaço
Afastei-me à muito da procissão da vida
A carícia de ondulante brisa nocturna
Abriu em minha alma uma força incontida
No abandono de uma nuvem de Anjos
Fiquei proibido das minhas recordações
O sortilégio da vida tocou-me em sorte
Senti o frio deste mar de contradições
Perdi as asas, a harpa de ouro
Pisei o frio da terra molhada
Com trémula mão toquei uma flor
Afastei a bruma desta alma assombrada
Percorri todas as estações
Lutei contra mil desejos insatisfeitos
Percorri a distância de cada verdade
Varri os sonhos incompletos
Falei a todos da virtude do amor
Ignorei o ódio, a raiva é sentimento derradeiro
Sou uma flor que eclodiu das pedras
Uma estranha criatura de Deus ou…Um Mensageiro…
O Profeta
Um comentário:
Manu,
O mensageiro do amor tem asas grandes e leves... adorei esse texto.
Beijo grande, menina linda.
Rebeca
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